As
hepatites virais são doenças silenciosas que provocam inflamação do
fígado e nem sempre apresentam sintomas. No Brasil, são causadas mais comumente
pelos vírus A, B, C ou D. Existe ainda o vírus E, com predominância na África e
na Ásia.Representam um problema de saúde pública de grande importância, pois é
significativo o número de pessoas atingidas e não identificadas. Quando não
diagnosticadas, as hepatites virais podem acarretar complicações das formas agudas
e crônicas, muitas vezes levando à cirrose ou ao câncer de fígado.
Diagnostico As
hepatites B, C e D só podem ser diagnosticadas por meio de exames de sangue específicos
para essas hepatites virais. Para a hepatite A, além do diagnóstico por exame laboratorial,
pode-se confirmar o caso pela história da pessoa, investigando se esta entrou em
contato com alguém que teve a doença, o que caracteriza vínculo epidemiológico.
Hepatite A
É
uma doença viral aguda de transmissão fecal-oral, ou seja, pode ser transmitida
por contato entre indivíduos, pela água ou por alimentos contaminados, por mãos
mal lavadas ou sujas de fezes e por objetos que estejam contaminados pelo
vírus.Geralmente, a infecção é benigna em crianças e mais grave em adultos, mas
podem ocorrer formas fulminantes da doença, levando o indivíduo a óbito.
Hepatite
B
É
uma doença sexualmente transmissível, mas também pode ocorrer por meio do compartilhamento
de seringas e agulhas contaminadas, colocação de piercing, procedimentos de
tatuagem e manicure/pedicure com materiais não esterilizados, compartilhamento
de utensílios e objetos de higiene contaminados com sangue (escovas de dente,
lâminas de barbear ou de depilar), acupuntura, procedimentos médico-odontológicos,
transfusão de sangue, hemoderivados e hemodiálise sem as adequadas normas de
biossegurança.
A
transmissão vertical - de mãe para filho − do vírus da hepatite B pode ocorrer
durante o parto, pela exposição do recém-nascido ao sangue. Outros líquidos
orgânicos, como sêmen e secreção vaginal, podem constituir-se fonte de infecção.Ressalta-se
que não há evidências de que o aleitamento materno aumente o risco de transmissão
da hepatite B da mãe para o bebê. Por isso, a amamentação não está contra indicada
em mães portadoras da doença, desde que seu filho receba a vacina e a
imunoglobulina, preferencialmente, nas primeiras 12 horas de vida.
Hepatite
C
A
transmissão da hepatite C ocorre principalmente pelo sangue Indivíduos que
receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, quando ainda
não era realizada a triagem sorológica, podem ter a doença. Nesse caso, recomenda-se
que os indivíduos procurem as Unidades Básicas de Saúde para maiores esclarecimentos.
As
outras formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B; porém, a via sexual
e a vertical são menos frequentes.
Hepatite
D
Só
terão hepatite D aquelas pessoas que já estão infectadas pelo vírus da hepatite
B. Sua transmissão é igual à das hepatites B e C. No Brasil, essa doença é mais
comum na Região Amazônica.
Hepatite
E
Sua
transmissão assemelha-se à da hepatite A. É fecal-oral, ocorrendo
principalmente pela água e alimentos contaminados, por dejetos humanos e de animais.
A sua disseminação está relacionada à infraestrutura de saneamento básico e a
aspectos ligados às condições de higiene praticadas.No Brasil, é uma doença
rara, sendo comumente encontrada em países da Ásia e África.
Sinais
e sintomas das hepatites virais
As hepatites virais podem não apresentar sinais
e sintomas; porém, quando estes aparecem, podem ser:
• Febre
• Vômitos
• Fraqueza
• Mal-estar
• Dor abdominal
• Enjôo/náuseas
• Perda de apetite
• Urina escura (cor de
coca-cola)
• Icterícia (olhos e pele amarelados)
• Fezes esbranquiçadas (como massa de
vidraceiro)
A melhor estratégia de prevenção da
hepatite A inclui a melhoria das condições de vida, com adequação do saneamento
básico e medidas educacionais de higiene. A vacina específica contra o vírus A
está indicada conforme preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
1. Repouso:
·
Ensinar o doente a aumentar lenta e progressivamente a sua tolerância, à
atividade;
·
Limitar as atividades físicas se após retomar a rotina os níveis das enzimas
hepáticas aumentarem.
2. Nutrição e
hidratação:
·
Proporcionar uma adequada ingesta de líquidos, pelo menos 3000 ml/dia;
·
Administrar os líquidos por via oral se náuseas e vômitos não forem graves,
caso contrário, administra-se por via endovenosa;
·
Avaliar diariamente o balanço hídrico e o peso do paciente;
·
Proporcionar uma dieta bem equilibrada em termos de nutrientes e calorias,
sendo que estes devem estar de acordo com a idade do paciente e com a
superfície corporal;
·
Incentivar o paciente a realizar pequenas e freqüentes refeições durante o dia;
·
Restringir as gorduras;
·
Orientar quanto a não ingestão de bebidas alcoólicas por no mínimo seis meses.
3. Icterícia:
·
Orientar quanto medidas de conforto para aliviar o prurido;
·
Orientar quanto à utilização de roupas leves e não apertadas;
·
Aplicar na pele loções e cremes emolientes;
·
Orientar o paciente para que evite atividades que estimulem o suor e aumentem a
temperatura corporal;
·
Cortar as unhas das mãos do paciente para evitar coceira e lesões cutâneas;
·
Orientar o uso de sabonete neutro.
4. Febre:
·
Controlar rigorosamente a temperatura;
·
Aplicar compressas mornas;
·
Orientar, auxiliar e supervisionar a ingesta de líquidos;
·
Atentar para o risco de crise convulsiva;
·
Registrar sinais vitais.
5. Cefaléia:
·
Diminuir a luminosidade e ruídos, se possível;
·
Orientar repouso relativo.
6. Dor abdominal:
·
Realizar exame físico dirigido: localização da dor, distensão abdominal, som
maciço, edema, presença de defesa abdominal;
·
Colocar paciente em posição confortável, preferencialmente com a cabeceira
elevada;
·
Auxiliar o paciente nas movimentações;
·
Verificar e avaliar os sinais vitais;
·
Controlar líquidos ingeridos e eliminados.
7. Vômitos:
·
Estimular a ingesta de soro de reidratação oral;
·
Atentar para sinais de hiponatremia e hipocalemia;
·
Incentivar a ingesta de alimentos/frutas ricas em potássio;
·
Observar e avaliar os sinais e sintomas de desidratação;
·
Verificar e avaliar as alterações dos sinais vitais;
·
Anotar volume, característica, data, hora do vômito e freqüência;
·
Manter o ambiente livre de odores desagradáveis.
Fonte:
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