quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Hepatites Virais - A B C D E

As hepatites virais são doenças silenciosas que provocam inflamação do fígado e nem sempre apresentam sintomas. No Brasil, são causadas mais comumente pelos vírus A, B, C ou D. Existe ainda o vírus E, com predominância na África e na Ásia.Representam um problema de saúde pública de grande importância, pois é significativo o número de pessoas atingidas e não identificadas. Quando não diagnosticadas, as hepatites virais podem acarretar complicações das formas agudas e crônicas, muitas vezes levando à cirrose ou ao câncer de fígado.


                                                                                
                                                       
Diagnostico As hepatites B, C e D só podem ser diagnosticadas por meio de exames de sangue específicos para essas hepatites virais. Para a hepatite A, além do diagnóstico por exame laboratorial, pode-se confirmar o caso pela história da pessoa, investigando se esta entrou em contato com alguém que teve a doença, o que caracteriza vínculo epidemiológico.


Hepatite A
É uma doença viral aguda de transmissão fecal-oral, ou seja, pode ser transmitida por contato entre indivíduos, pela água ou por alimentos contaminados, por mãos mal lavadas ou sujas de fezes e por objetos que estejam contaminados pelo vírus.Geralmente, a infecção é benigna em crianças e mais grave em adultos, mas podem ocorrer formas fulminantes da doença, levando o indivíduo a óbito.

Hepatite B
É uma doença sexualmente transmissível, mas também pode ocorrer por meio do compartilhamento de seringas e agulhas contaminadas, colocação de piercing, procedimentos de tatuagem e manicure/pedicure com materiais não esterilizados, compartilhamento de utensílios e objetos de higiene contaminados com sangue (escovas de dente, lâminas de barbear ou de depilar), acupuntura, procedimentos médico-odontológicos, transfusão de sangue, hemoderivados e hemodiálise sem as adequadas normas de biossegurança.
A transmissão vertical - de mãe para filho − do vírus da hepatite B pode ocorrer durante o parto, pela exposição do recém-nascido ao sangue. Outros líquidos orgânicos, como sêmen e secreção vaginal, podem constituir-se fonte de infecção.Ressalta-se que não há evidências de que o aleitamento materno aumente o risco de transmissão da hepatite B da mãe para o bebê. Por isso, a amamentação não está contra indicada em mães portadoras da doença, desde que seu filho receba a vacina e a imunoglobulina, preferencialmente, nas primeiras 12 horas de vida.

Hepatite C
A transmissão da hepatite C ocorre principalmente pelo sangue Indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993, quando ainda não era realizada a triagem sorológica, podem ter a doença. Nesse caso, recomenda-se que os indivíduos procurem as Unidades Básicas de Saúde para maiores esclarecimentos.
As outras formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B; porém, a via sexual e a vertical são menos frequentes.

Hepatite D
Só terão hepatite D aquelas pessoas que já estão infectadas pelo vírus da hepatite B. Sua transmissão é igual à das hepatites B e C. No Brasil, essa doença é mais comum na Região Amazônica.

Hepatite E
Sua transmissão assemelha-se à da hepatite A. É fecal-oral, ocorrendo principalmente pela água e alimentos contaminados, por dejetos humanos e de animais. A sua disseminação está relacionada à infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições de higiene praticadas.No Brasil, é uma doença rara, sendo comumente encontrada em países da Ásia e África.

Sinais e sintomas das hepatites virais

As hepatites virais podem não apresentar sinais e sintomas; porém, quando estes aparecem, podem ser:

• Febre
• Vômitos
• Fraqueza
• Mal-estar
• Dor abdominal
• Enjôo/náuseas
• Perda de apetite
• Urina escura (cor de
coca-cola)
• Icterícia (olhos e pele amarelados)
• Fezes esbranquiçadas (como massa de
vidraceiro)

A melhor estratégia de prevenção da hepatite A inclui a melhoria das condições de vida, com adequação do saneamento básico e medidas educacionais de higiene. A vacina específica contra o vírus A está indicada conforme preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).

Assistência de Enfermagem em pacientes diagnosticados com Hepatite Viral:

1. Repouso:
· Ensinar o doente a aumentar lenta e progressivamente a sua tolerância, à atividade;
· Limitar as atividades físicas se após retomar a rotina os níveis das enzimas hepáticas aumentarem.

2. Nutrição e hidratação:
· Proporcionar uma adequada ingesta de líquidos, pelo menos 3000 ml/dia;
· Administrar os líquidos por via oral se náuseas e vômitos não forem graves, caso contrário, administra-se por via endovenosa;
· Avaliar diariamente o balanço hídrico e o peso do paciente;
· Proporcionar uma dieta bem equilibrada em termos de nutrientes e calorias, sendo que estes devem estar de acordo com a idade do paciente e com a superfície corporal;
· Incentivar o paciente a realizar pequenas e freqüentes refeições durante o dia;
· Restringir as gorduras;
· Orientar quanto a não ingestão de bebidas alcoólicas por no mínimo seis meses.

3. Icterícia:
· Orientar quanto medidas de conforto para aliviar o prurido;
· Orientar quanto à utilização de roupas leves e não apertadas;
· Aplicar na pele loções e cremes emolientes;
· Orientar o paciente para que evite atividades que estimulem o suor e aumentem a temperatura corporal;
· Cortar as unhas das mãos do paciente para evitar coceira e lesões cutâneas;
· Orientar o uso de sabonete neutro.

4. Febre:
· Controlar rigorosamente a temperatura;
· Aplicar compressas mornas;
· Orientar, auxiliar e supervisionar a ingesta de líquidos;
· Atentar para o risco de crise convulsiva;
· Registrar sinais vitais.

5. Cefaléia:
· Diminuir a luminosidade e ruídos, se possível;
· Orientar repouso relativo.

6. Dor abdominal:
· Realizar exame físico dirigido: localização da dor, distensão abdominal, som maciço, edema, presença de defesa abdominal;
· Colocar paciente em posição confortável, preferencialmente com a cabeceira elevada;
· Auxiliar o paciente nas movimentações;
· Verificar e avaliar os sinais vitais;
· Controlar líquidos ingeridos e eliminados.

7. Vômitos:
· Estimular a ingesta de soro de reidratação oral;
· Atentar para sinais de hiponatremia e hipocalemia;
· Incentivar a ingesta de alimentos/frutas ricas em potássio;
· Observar e avaliar os sinais e sintomas de desidratação;
· Verificar e avaliar as alterações dos sinais vitais;
· Anotar volume, característica, data, hora do vômito e freqüência;
· Manter o ambiente livre de odores desagradáveis.

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